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Autora: Dirce Waltrick do Amarante

Ilustrações: Sérgio Medeiros

96 páginas | bilíngue

 

"A dura realidade, o infinito emaranhado de misérias e riquezas, dores e prazeres, não pode dar conta da ancestral carência do ser humano por sua própria superação. James Joyce é exemplo pleno de alguém que elevou, mediante a ficção, sua vida comum a uma dimensão estelar, mas mantendo suas contradições, inclusive entre o vulgar e o sublime. O método de Joyce inspira Dirce Waltrick do Amarante a imbricar, em dramaturgia, a vida vivida e a vida inventada: as cartas de Joyce a Nora, e as poucas desta a ele se associam às falas das lavadeiras de Finnegans Wake, gerando um conjunto em que ditos sinceros de amor e intrigas de ódio, confissões e mexericos revelam muitíssimo de nossa natureza e de nossa história. Segundo o próprio Joyce, referindo-se a suas cartas (e isso valeria para sua obra), “algumas passagens são feias, obscenas e bestiais, outras são puras e sagradas e espirituais: sou tudo isso” – somos, sim, tudo isso; e, se ele via a esposa Nora Barnacle – fonte primordial de suas personagens femininas – “em certos momentos [...] como uma virgem ou madona, em outros [...] desavergonhada, insolente, seminua e obscena”, seu modo de ver, inserido na sociedade de seu tempo, ilustra, entre outros aspectos, a visão dominadora do homem sobre a mulher, quase silenciada ao longo da história. No entanto, Joyce deu voz eterna a mulheres como Molly Bloom, em Ulysses, e Anna Livia Plurabelle, a personagem de Finnegans Wake que é objeto de fofoca das lavadeiras; e Dirce, sob uma necessária ótica feminina e feminista, combina tradução e criação num drama ao mesmo tempo paródico e original, que dá falas à mulher e re-produz o alcance ilimitado da criação joyciana".
Marcelo Tápia

"My Little Ireland is an intriguing puzzle of factual and fictional narration. Dirce Waltrick do Amarante picks up the various threads of James Joyce, the writer of Finnegans Wake, and Jim Joyce, the lover of Nora, and weaves them into a masterly play. Nora Barnacle, Molly Bloom and Anna Livia Plurabelle are the three women who occupied Joyce’s imagination, life and writing. The threads of truth and fiction (“reminiscences of coincidences, truth stranger than fiction,” U 17.323) are carefully entwined with the female discourse of the two washerwomen from the ‘Anna Livia Plurabelle’ chapter of Finnegans Wake. The chittering waters of Anna, Joyce’s last creation, a mythic Eve, the strength of Molly’s monologue and Nora, his lifelong partner and wife, the mother of his children, are all celebrated in Dirce’s My Little Ireland, the Irish goddess Ériu or Erin".
Marija Girevska

Minha pequena Irlanda

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